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terça-feira, 20 de agosto de 2013

a rosa e suas metáforas


numa tarde de domingo, no meio de uma conversa, meus olhos fitaram lá longe no jardim, uma flor que chamava atenção pela cor vermelho coral. mesmo em meio a outras, ela se destacava pela perfeição, pela beleza singular, vista mesmo de longe. chegando perto, a desejei como nunca. E, juro, era ela, a mais vaidosa das flores, que me pedia pra sair dali do jardim e ir enfeitar minha casa. não costumo tirar flores de seu genuíno habitat, mas desta vez foi incontrolável. pedi à dona da casa, e ganhei de presente a rosa mais bonita que já tive. terna e farta, com pétalas grandes e caule delicado. encantadora. tocando-a, reparei pequenos e numerosos espinhos, que furavam feito abelha. comentei e ouvi isso: "sim, é muito bonita, por isso tem tantos espinhos". parei um instante para olhar e realmente era muito bonita e tinha muitos espinhos... mas o que eram aqueles espinhos então? e aquele comentário filosófico? uma coisa é ligada à outra, então...? é assim que funciona? segundo a biologia, os espinhos proteção contra insetos que podem danificar as pétalas. Mas eu não queria danificá-la, ela sabia disso...
naquela tarde, preferi o comentário da dona da casa, que afirmava que os espinhos seriam uma condição para quem quisesse alcançar sua beleza. e eu, que a-do-ro filosofar, entendi que para alcançar a plenitude por vezes é necessário mesmo passar por alguns espinhos. furei um pouco os dedos mas contemplei de perto aquela beleza estonteante que me fez seguir bem melhor.
aquela rosa não mudou só meu domingo, ela contribuiu para minha eterna construção e agora já faz parte do meu jardim da vida.

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