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terça-feira, 3 de setembro de 2013

ausência

"...Essa vida que às vezes parece tão boa, sem mais nem praquê vira a coisa mais besta do mundo..."



rinaldomorelli.com


minha amiga perdeu uma amiga querida, de longa data. Uma pessoa especial pra ela e para os que a rodeavam. Riso fácil, jeito doce, ela era assim, contou minha amiga de luto, completando ternamente com a frase acima.

a vida é tão efêmera, num piscar de olhos e tudo se vai... quem estava do seu lado não está mais, e as coisas da pessoa por toda parte rasgando você por dentro. um abismo que abre dentro do peito e da vida da gente. os dias passam sem sentido, porque parte da cor se foi.aos que ficam, a dolorosa missão se rearranjar, procurar algum lugar para se segurar e não cair de vez. pra alguns são os filhos, outros se apegam ao trabalho, à religião, outros vão caminhando sem entender, sem rumo. certo dia, a manhã vai acordar mais ensolarada, o despertar será mais fácil, e por algum motivo a vida vai doer menos.e de repente, a mesma vida que tirou algo de você vai colocar alguma coisa pra alegrar sua existência. e você vai caminhar e conviver com a saudade. e perceber que a ausência do outro  faz parte de ti agora, e organicamente te pertence,como disse Drummond. 





AUSÊNCIA (carlos drummond de andrade)

Por muito tempo achei que a ausência é falta. 
E lastimava, ignorante, a falta. Hoje não a lastimo. 
Não há falta na ausência. A ausência é um estar em mim.
 E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços, 
que rio e danço e invento exclamações alegres,
 porque a ausência, essa ausência assimilada, 
ninguém a rouba mais de mim.
 


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