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quinta-feira, 13 de novembro de 2014
história de uma gata de botas
ela chegou no consultório
de short, meia grossa e bota
baixinha, simples, muito carismática
quietinha no primeiro momento mas foi só dar corda...
ela escolheu ter um outro corpo e foi me pedir ajuda
e eu sabia que podia ajudá la, porque, sobretudo, ela queria
e os primeiros resultados vieram logo, e ela sorria
mudamos um pouco o jeito de se comportar perante a comida,
os esforços foram se concretizando e foi aparecendo um contorno de um corpo novo
um corpo mais bonito e mais leve
mais coerente com ela, a menina das botas e meias grossas
cortou cabelo, ajustou as roupas, cores apareceram
e ela sorria,
até que um certo dia o peso parou de colaborar
e como uma menina birrenta no sofá da vó, o peso se grudou no corpo como quem dissesse "daqui num saio não, daqui ninguém me tira".
e a menina ia, e sorria
e eu fazia e refazia
tudo de dieta que eu sabia
e a bela moça voltava,
e o peso não largava do sofá, digo, do corpo
pondo eu a perguntar
e pondo a moça a quase desanimar
mas era isso que o peso queria
ele tava muito tempo naquele sofá, não ia ser fácil largar,
ia testar a gente até o fim
e a moça nunca parou de sorrir
continuou a ir
insistir
não desistir
coisa linda de ver, uma moça tomar a vida pelas rédeas e dizer:
"vou ver quem manda em você"
água mole em pedra dura,
essa máxima, sem saber ela usou,
e com sua insistência, tanto bateu que furou
e o peso extra foi embora,
foi procurar outra morada ( menos avisada )
e, amém, dessa moça não quer mais nada...
essa história é real e baseada na vivência de Sandra, uma amiga que ganhei no consultório, pra minha vida. Histórias como essa, de perseverança e dedicação, me fazem continuar a trabalhar em o meu complexo ofício de nutricionista.
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E além de tudo ela transforma seu trabalho em poesia! Trabalho!? Ela transforma a vida em poesia! Parabéns, maninha!
ResponderExcluirpois é... mas " tem dias que Deus me tira a poesia. E onde há uma pedra, vejo uma pedra mesmo" (disse Adélia). hoje, por exemplo, não conseguiria escrever, hoje tudo me parece o que parece a todos ! e então eu fico vazia, sem água por dentro, triste, esperando meus olhos verem a poesia de novo...que, amém, sempre volta
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